
Empresa portuguesa lança ecrãs com efeitos especiais
Três engenheiros portugueses lançam ecrãs para publicidade exterior de onde sai líquido, cheiro ou fumo para chamar a atenção dos consumidores, usando uma tecnologia inteiramente nacional e com a qual querem conquistar a liderança mundial.
A Outmind, uma startup de capital 100 por cento nacional, acaba de entrar no mercado da publicidade exterior com ecrãs planos de TV de onde sai literalmente - além de som e imagem - líquido, cheiro, bolas de sabão, fumo e chamas.
“Ao longo de três anos foram investidos no projecto cerca de 275.000 euros”, disse à Lusa o sócio-fundador e principal investidor, Nuno Fradique Vieira, de 43 anos. Este engenheiro electrotécnico do Instituto Superior Técnico, com um MBA e mestre em Gestão pela Nova, e uma pós-graduação em Marketing pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, espera "atingir o break-even em termos de cash-flow no quarto trimestre de 2011 e recuperar o capital investido em dois anos".
“A Outmind ambiciona tornar-se uma empresa de referência em sinalética digital, tanto em Portugal como no resto do mundo”, revela Nuno Vieira, responsável pela área de Investigação & Desenvolvimento.
Internacionalizar esta tecnologia de veiculação de informação corporativa ou publicitária em centros comerciais, bancos, salas de espera e estações de transportes públicos é uma prioridade para a Outmind, que definiu como mercados-alvo o Brasil, a Espanha, o Reino Unido, Moçambique e Angola.
Com três colaboradores, a Outmind iniciou a sua actividade em fevereiro de 2008 em Lisboa. Ao sócio fundador, Nuno Vieira, que detém 98 por cento do capital, juntou-se Valter Duarte, 33, licenciado em Engenharia Civil e MBA, que neste momento não integra a sociedade mas continua a colaborar no projecto. Fernando Manuel Queimado é sócio gerente (2 por cento), tem 47 anos e é licenciado em Engenharia Electrotécnica com MBA.
A empresa mantém fortes ligações ao Instituto Superior Técnico, à Universidade Nova de Lisboa e à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no Campo Grande, onde funciona o laboratório e show room. É aqui que a marca mostra os seus novos produtos, como um ecrã onde passa uma publicidade a uma marca de whisky, em que se vê a bebida verdadeira a verter do ecrã; ou o cheiro a café acabado de fazer, que se sente quando se passa junto a outra televisão onde se vê uma infusão a ser deitada na chávena.
Os clientes da Outmind são agências de publicidade, de meios, organizações e empresas de retalho que queiram comunicar a sua mensagem e fazer estudos de opinião.
O mercado, em Portugal e no mundo, é dominado por players de grande dimensão, reconhece Nuno Vieira, adiantando que “a estratégia da Outmind passa por conquistar um nicho próprio.”
“Para 2011 a facturação estimada é de 250.000 euros, prevendo-se que seja atingido o break-even em termos de cash-flow”, disse ainda o empreendedor.
No futuro, a Outmind promete mais novidades. Em desenvolvimento, adianta Nuno Vieira, está a entrada noutra área de negócio: o estudo do comportamento do consumidor.